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Túnel do Rossio

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Fotografias

Caracterização

Antecedentes

Construção e Inauguração

Século XX

Remodelação


Caracterização:
O túnel tem via dupla com 2.613 m de comprimento (o mesmo comprimento da Ponte 25 de Abril) e com um perfil abobadado de 8 m de largura por 6 m de altura até ao fecho da abóbada. O túnel tem um declive de aproximadamente 1%, descendo 24,26 m desde a boca do túnel em Campolide.
Este túnel é a única forma de estabelecer uma ligação ferroviária à Baixa de Lisboa, desde a periferia da cidade, visto que permite cortar a direito pelos arruamentos urbanos que o mesmo atravessa. A distância na vertical entre a soleira da abobada do túnel e, a superfície não é toda igual.

Eis as distâncias para as vias mais importantes que o mesmo atravessam (sentido Campolide-Rossio).
Avenida Calouste Gulbenkien - 11m
Rua Marquês da Fronteira - 62,5m
Avenida Engenheiro Duarte Pacheco (Túnel do Marquês) - 57,1m
Rua Braancamp - 26,5m
Linha Amarela (metropolitano) - 3m
Calçada da Glória - 2m


Antecedentes:
Desde meados do Século XIX que se planeava a construção de uma ligação ferroviária, que unisse Lisboa à fronteira com Espanha; o primeiro troço do Caminho de Ferro do Leste, entre Lisboa e o Carregado, foi inaugurado em 28 de Setembro de 1856, tendo a linha chegado até à fronteira, em Badajoz, em 24 de Setembro de 1863. Em 31 de Janeiro de 1882, a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses apresentou, no Parlamento, um projeto para outra ligação ferroviária, entre Alcântara, em Lisboa, e Figueira da Foz, com ramais para Alfarelos, na Linha do Norte, e para Sintra; o troço até ao Cacém e o ramal até Sintra abriram à circulação em 2 de Abril de 1887, e a linha entre o Cacém e Torres Vedras foi inaugurada no dia 21 de Maio do mesmo ano. A Companhia Real procurou, então, construir uma linha que unisse o Caminho de Ferro de Leste e a Linha do Oeste; um alvará, publicado em 23 de Julho do ano seguinte, autorizou que, neste ramal, fossem construídos dois ramais, que ligariam à futura Estação Central de Lisboa (futura Estação do Rossio), a ser edificada no Terreiro do Duque. A linha entre Benfica, na Linha do Oeste, e Santa Apolónia, na Linha do Leste, entrou ao serviço em 20 de Maio de 1888.


Construção e Inauguração:
Os estudos geológicos para o túnel foram efectuados pelo professor Paul Choffat, e, no mês de Abril de 1889, o túnel já se encontrava completamente perfurado, e a Estação Central já estava construída; a primeira composição atravessou o túnel em Maio de 1889. A cerimónia de inauguração teve lugar em Maio de 1891, e, em Junho seguinte, este troço entrou ao serviço.


Século XX:
No orçamento da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses para 1902, encontravam-se incluídas obras de instalação de iluminação eléctrica no interior do túnel; previa-se que a energia eléctrica fosse fornecida pelos geradores da Estação do Rossio, que teriam de ser, provavelmente, aumentados para poder assegurar este serviço. Calculava-se, igualmente, que este fosse o primeiro passo para a implementação de mais equipamentos eléctricos nesta interface, como os aparelhos de mudança de via, gruas, elevadores, e transportadores de bagagens. O túnel em si deveria ser adaptado a tração eléctrica, provavelmente através da instalação de uma terceira via electrificada; isto permitiria substituir as locomotivas a vapor, cujas emissões poluentes incomodavam os passageiros nas gares e no interior das carruagens.


Remodelação:
O túnel esteve encerrado ao tráfego entre 22 de Outubro de 2004 e 15 de Fevereiro de 2008, para obras de reabilitação.
Durante as obras de reabilitação e beneficiação realizadas entre 2005 e 2007 (período durante o qual o túnel esteve encerrado ao tráfego e a estação do Rossio descativada), houve necessidade de proceder a uma intervenção nas paredes do túnel, com um novo revestimento estrutural em betão armado nos troços críticos. O túnel foi dotado em todo o comprimento de uma plataforma de via em betão com carris embebecidos, permitindo, se necessário, o fácil acesso de veículos de serviço ou de socorro. Em consequência destas mesmas obras, o Elevador da Glória esteve parado entre Abril de 2006 e Fevereiro de 2007, pois temia-se o perigo de derrocada nos terrenos entre a Calçada da Glória e a Rua de Artilharia.
O túnel foi ainda dotado de um poço de escapatória para a superfície sensivelmente a meio do percurso, junto ao cruzamento com a Rua Alexandre Herculano.


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